Vereadores percorreram o Rio Paranaíba para verificar in loco denúncias de descarte de esgoto nas margens do rio pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais – Copasa.
Os vereadores da Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI da Câmara Municipal de Patos de Minas, que investiga possíveis irregularidades cometidas pela Copasa, realizaram expedição no Rio Paranaíba durante toda a manhã desta segunda-feira (5/7), a fim de averiguar denúncias de descarte de esgoto nas margens do rio situadas em Patos de Minas.
Para os integrantes da Comissão, o trabalho de campo é de extrema importância para conhecer melhor o local, apurar as denúncias in loco e, assim, dar mais efetividade ao trabalho de fiscalização da CPI. “Foi muito válido, porque verificamos os pontos e locais onde a Copasa lança esgoto sem tratamento, alguns menores e um estrondoso. Lá, pudemos verificar a real gravidade da situação”, destacou a presidente da CPI, vereadora Professora Beth.
Participaram da expedição os membros da CPI, vereadores Elizabeth Maria Nascimento e Silva (presidente); José Eustáquio de Faria Junior (relator); João Batista de Oliveira - João Marra e José Luiz Borges Júnior; com apoio do presidente do Conselho Integrado de Meio Ambiente do Alto Paranaíba (CIMA) e secretário do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Patos de Minas (Codema), Ivanildo Alves Zica; e de representantes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar Ambiental e Defesa Civil. O também integrante da CPI, vereador Mauri Sérgio Rodrigues - Mauri da JL, não pôde comparecer e justificou a sua ausência.
A expedição saiu do Parque Ecológico e percorreuo rio até as proximidades do Bairro Barreiro. Durante o percurso, os participantes encontraram vários pontos de descarte de esgoto às margens do rio. Entretanto, um deles chamou mais a atenção dos membros da CPI, sendo, inclusive, considerado pelo relator vereador José Eustáquio “uma cachoeira de esgoto”. Segundo o relator, nesse ponto, situado próximo ao Bairro Barreiro, havia uma grande quantidade de esgoto e dejetos sendo lançados diretamente no Rio Paranaíba, sem o devido tratamento, causando um forte odor no local.Os integrantes da CPI também constataram lançamentos de esgoto “possivelmente” tratado, o qual também gerava mau cheiro e uma grande quantidade de espuma no rio.
Outra questão que chamou a atenção da presidente da CPI, Professora Beth, foi a grande quantidade de lixo no local, ancorado nas árvores, que, segundo a vereadora, é fruto da ação humana: “Tinha tambor, caixa de isopor, plásticos, garrafas, preservativos, latas e muito lixo. A população, que deveria contribuir, está fazendo o caminho inverso. O cuidado com o rio depende de todos nós”, ressaltou a vereadora.
Na oportunidade, a presidente da CPI também falou sobre a importância da expedição no sentido de conhecer melhor o Rio Paranaíba. “Nós não conhecemos nada sobre nosso rio. A população, incluindo nós vereadores, precisamos estar a par do nosso grande patrimônio e de todos os problemas envolvidos”, afirmou Professora Beth. Nesse sentido, a parlamentar informou que pretende disponibilizar todo o material coletado e estudado sobre o Rio Paranaíba à disposição da rede de ensino do Município de Patos de Minas, tanto públicaquanto privada. “O objetivo é levar a realidade do nosso Rio Paranaíba para dentro de sala de aula e trabalhar as questões em diferentes disciplinas”, pontou Professora Beth.
Posicionamento do relator
De acordo com o relator da CPI, vereador José Eustáquio, nenhuma decisão será tomada agora. “É necessário e urgente que se faça uma análise tanto da água, quanto da espuma coletada, e que essa análise seja comparada às análises disponibilizadas pela COPASA, para, então, concluirmos se há controvérsias: se a água tratada realmente pode ser consumida e se o esgoto despejado diretamente no rio é tratado como a COPASA insiste em afirmar”, pontou o relator. Ainda segundo o relator, essa análise deverá ser realizada por uma empresa séria e competente, livre de acordos políticos.
Além disso, todas as provas, expedições, análises, imagens e vídeos serão anexados ao relatório final da CPI, o qual será enviado aos órgãos competentes para as devidas providências.
Próxima oitiva definida
A próxima depoente já definida a ser ouvida pela CPI que investiga possíveis irregularidades cometidas pela Copasa é a ex-prefeita de Patos de Minas, Maria Beatriz de Castro Alves Savassi – Beia Savassi. Beia foi citada no depoimento do ex-prefeito de Patos de Minas em 2008 (ano de renovação do contrato com a Copasa), Antônio do Valle, por ser ela a vice-prefeita da sua gestão e posteriormente eleita prefeita de Patos de Minas para o mandato seguinte à renovação do contrato com a Copasa.
A oitiva com Beia Savassi, em data a ser confirmada e posteriormente divulgada, será realizada no plenário da Câmara Municipal, com transmissão ao vivo pelo Facebook oficial e site camarapatos.mg.gov.br
Autor: Assessoria de Comunicação da Câmara Municipal de Patos de Minas.