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Hospital Regional Antônio Dias comemora 85 anos de existência

Inaugurado em 18 de julho de 1930, o Hospital Regional Antônio Dias surgiu como um presente para Patos de Minas e região.

 

A celebração de Missa em Ação de Graças na Catedral de Santo Antônio, no dia 18 de julho do corrente ano, abriu as comemorações do 85º aniversário do Hospital Regional Antônio Dias de Patos de Minas. A programação teve sequência no dia 22, quarta-feira, com várias atividades internas e solenidade à noite.

Realizada na sede da Associação Médica Regional de Patos de Minas, a solenidade contou com a participação de autoridades locais, além do Presidente da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais – Fhemig, Dr. Jorge Raimundo Nahas, e do Vice-Presidente, Dr. Paulo Tarcísio Pinheiro da Silva. A Presidência do Poder Legislativo esteve representada pelo Vereador Otaviano Marques de Amorim, ocasião em que também estiveram presentes os Vereadores José Osmar de Castro (Guiguim), Antônio Ferreira da Rocha (Tonhão da Copasa) e José Lucilo da Silva Júlio (Duda).

A importância do HRAD para Patos de Minas e mais 32 municípios, a necessidade de crescimento estrutural em função das dificuldades atuais para prestar um serviço de melhor qualidade a um contingente de cerca de 650 mil pessoas, deram o tom dos discursos na ocasião. Pela ordem, falaram o Prefeito Municipal, Pedro Lucas Rodrigues; o Presidente da Fhemig, Dr. Jorge Raimundo Nahas; e a atual diretora do HRAD, Dra. Lorena Araújo Gomes Faria.

A diretoria prestou algumas homenagens, momento em que entregou o Certificado de Reconhecimento a médicos e funcionários do hospital.

Pela tão importante data, os parabéns da Câmara Municipal de Patos de Minas à atual Diretora, Dra. Lorena Araújo Gomes Faria, à equipe médica, enfermeiros, demais profissionais e funcionários do HRAD.

 

Resumo histórico

Inaugurado em 18 de julho de 1930, o Hospital Regional Antônio Dias surgiu como um presente para Patos de Minas e região. Como forma de homenagear a todos aqueles que criaram e aos que investiram na consolidação desse grande empreendimento, a Assessoria de Comunicação da Câmara Municipal de Patos de Minas apresenta um resumo do levantamento histórico feito pelo médico patense Dr. Giovanni Roncalli Caixeta Ribeiro (Membro do Instituto Mineiro de História da Medicina), publicado na revista “Contribuição à História da Medicina em Patos de Minas: das origens até 1950”.

Em fevereiro de 1915, o semanário “Cidade de Patos” anunciava a ideia da construção de uma Santa Casa de Misericórdia. Foram os líderes desse movimento os médicos Dr. Adélio Dias Maciel e Dr. João Borges, os farmacêuticos Agenor Dias Maciel e João Gualberto de Amorim Júnior e o cônego Getúlio Alves de Melo. Por sugestão do Dr. Adélio, comitês foram formados na cidade e nos distritos, chegando a ser fundado, no papel, o Hospital Santo Antônio. O capitão José de Santana, o major Gote (Sesostris Dias Maciel) e o senhor Zacarias Albino fizeram a doação de um terreno, sendo iniciadas as obras em 1920. Foram utilizados todos os recursos do caixa conseguidos até então, contribuições da Câmara Municipal, de dona Etelvina Maciel e outras senhoras, além de materiais da antiga Igrejinha do Rosário, demolida no ano anterior. Por falta de financiamento, as obras foram paralisadas até que Olegário Maciel, vice-presidente do Estado, ocupando a presidência devido à ausência de Raul Soares, retomasse a sua construção, em 1924. Três anos depois, diversos materiais que já estavam armazenados em Patos foram levados para o hospital de Barbacena, pela força política dos Andradas. Em 1929, por intermédio de Olegário Maciel, então no Senado Mineiro e Dr. Adélio Maciel, na Assembleia Legislativa, o presidente Antônio Carlos destinou, com diplomacia, novas verbas para o término do hospital.

Em 18 de julho de 1930, quando a cidade contava com uma população de três mil habitantes, foi inaugurado, com 153 leitos, o Hospital Regional Antônio Dias. O evento contou com a presença de Olegário Maciel, na época presidente eleito do Estado e que tomaria posse em sete de setembro; do Dr. Odilon Braga, secretário de segurança e assistência pública, e outras autoridades.

Conforme consta da “Ata da Cerimônia da Inauguração do Hospital Regional de Patos”, “Aos 18 dias do mês de julho de 1930, com a presença do Sr. Senador Olegário Dias Maciel, Presidente eleito do Estado de Minas Gerais; Sr. Odilon Duarte Braga, Secretário da Segurança e Assistência Pública; Sr. Dr. Raul d'Almeida Magalhães, Diretor de Higiene do Estado; Dr. Washington Ferreira Pires, Deputado Federal; Dr. Antônio Maciel, Presidente em exercício da Câmara Municipal; Dr. Júlio Ribeiro Gorgulho, Juiz de Direito da Comarca; Dr. Adélio Maciel, Deputado Estadual ao Congresso Mineiro; Senador Jacques Montandon; procedeu-se a inauguração deste Hospital Regional de Patos, tendo o Revmº Cônego Manuel Fleury Curado procedido à bênção do Edifício. Serviram de paraninfos à benção os Srs. Senador Olegário Maciel e Dr. Odilon Braga, Dr. Antônio Maciel e Dr Júlio Ribeiro Gorgulho.

Antônio Dias era o pai de Olegário Maciel. Nasceu em Bom Despacho em 1.º de janeiro de 1826. Transferiu-se para Patos em fins de 1857, quando seu primogênito Olegário tinha dois anos de idade. Coronel da Guarda Nacional, em 1888 foi agraciado por D. Pedro II com o título de Barão de Araguari. Foi presidente da Câmara e agente executivo de 1873 a 1878. Faleceu no dia 1.º de julho de 1910. Inicialmente quiseram dar ao hospital o nome do próprio Olegário, mas ele recusou a homenagem, sendo escolhido então o seu progenitor. É importante salientar que o Dr. Antônio Dias Maciel que assina a ata de inauguração é neto do patrono do hospital e era vice-presidente da Câmara, em exercício na ocasião. A respeito do tamanho do hospital em relação ao da cidade, de início a população tinha medo daquele ambiente. Doze quartos particulares e quatro grandes enfermarias mostravam leitos vazios. A contista Risoleta Maciel recolheu os seguintes ditos do povo: “Coá... prá morrer a gente morre em casa mesmo... diz que lá eles dá o chá-da-meia-noite...” Somente decorrido algum prazo, este quadro foi se desfazendo. O sucesso no tratamento de doentes graves, cirúrgicos, atirados e esfaqueados trouxe a confiança nos médicos e no hospital.

Administrados por um diretor geral, abnegados médicos compunham o corpo clínico. Por sugestão do Dr. Antônio Martins Vilas Boas ao Dr. Adélio Maciel, nos primeiros dois anos a direção esteve a cargo do Dr. Arthur César Boisson. Veja a lista de diretores do HRAD desde a inauguração:

Dr. Arthur César Boisson: 1930 a 1932

Dr. Paulo do Prado Brandão: 1932 a 1947

Dr. Geraldo Resende de Lima: 1947 a 1958

Dr. Antônio Paulo Ximenes de Morais: 1958 a 1968

Dr. Délio Borges da Fonseca: 1968 a 1970

Dr. Benedito Alves de Oliveira: 1970 a 1983

Dr. Hely Tarquínio: 1983 a 1984

Dr. Benedito Alves de Oliveira: 1984 a 1986

Dr. Délio Borges da Fonseca Filho: 1986 a 1991

Dr. Célio de Deus Simões: 1991 a 1994

Enfermeira Alaídes Gonçalves Corrêa: 1994 a 2003

Dr. Luiz Verçoza: 2003 a 2006 - Inaugurou o Bloco Administrativo Irma Maria Conceição Antunes

Dr. José Orleans da Costa –2006 a 2007

Dr. Francisco de Assis Andrade – 2007 a 2010

Dra. Maria de Fátima Braz – 2010 a 2015

Dra. Lorena Araújo Gomes Faria – assumiu em 2015.

Desde 1932, a congregação das Irmãs Missionárias de Nossa Senhora das Dores coordenava a enfermagem e demais áreas de apoio e prestava assistência religiosa a pacientes e funcionários. O Hospital Regional tinha caráter assistencial, servia de clausura para as irmãs que atendiam órfãos, carentes e toda sorte de excluídos sociais. Era comum encontrar pessoas que “forjavam” suas doenças para obter, no Regional, serviços caritativos, como hotelaria. Sob os cuidados das freiras, os mendigos eram lavados, penteados, ganhavam roupas limpas e recebiam alimentação. Ao hospital chegava também um grande número de doentes mentais, ali atendidos por falta de uma instituição mais adequada na região. Esse assistencialismo perdurou por muitos anos, o que levou a população a manter uma ideia equivocada sobre a verdadeira vocação da instituição.

Na década de 60, o hospital passa a ser administrado pela Secretaria de Estado da Saúde. De 1975 até janeiro de 1978, foi administrado pela Fundação Ezequiel Dias – FUNED e, a partir desta data, torna-se uma unidade da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais – FHEMIG. Em 18 de julho de 1980, por ocasião do cinquentenário do hospital, foi inaugurado o Pavilhão de Psiquiatria, devido aos esforços da Loja Maçônica “Amor e Justiça 3ª”, sendo denominado “João Pacheco Filho”, patense falecido pouco tempo antes, grande colaborador da cidade. Ainda nos anos 1980, o diretor do hospital na época, Dr. Hely Tarquínio, pediu aos atendidos que colaborassem com um tijolo cada um, a fim de conseguir melhorias nas áreas físicas. Aprimorando esse projeto, foi constituída a Associação de Amigos do Hospital Regional, sendo sua diretoria formada por Francisco Pinheiro Campos, Edmundo Boaventura, Pedro Maciel Guimarães e Rafael Gomes de Almeida. Essa entidade teve sucesso na empreitada, especialmente pela ajuda dos produtores rurais de Patos de Minas, que doavam gado para leilões e outras promoções destinadas a angariar recursos, para a implantação do Pronto Atendimento.

 

Autor: Assessoria de Comunicação da Câmara Municipal de Patos de Minas.

 

 

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