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Apropriação cultural e intolerância religiosa são temas de reunião do Parlamento Jovem da Câmara Municipal

A Escola do Legislativo trouxe, para a oitava plenária do Parlamento Jovem 2019, a discussão de assuntos de grande relevância social, abordados pelos profissionais Vicente Fonseca e Élida Abreu.

Na tarde da última quinta-feira (19/09), foi realizada, no plenário da Câmara Municipal de Patos de Minas, mais uma reunião do Parlamento Jovem 2019, desta vez com enfoque nos temas Apropriação Cultural” e “Intolerância Religiosa”. O debate em questão visa a corroborar com o tema proposto, neste ano, pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) – Discriminação Étnico-Racial. Na ocasião, estavam presentes os vereadores Maria Beatriz de Castro A. SavassiBéia Savassi e Otaviano Marques de Amorim.

O debate foi iniciado pelo professor e historiador, Vicente Fonseca, que abordou a definição e vários tipos de cultura, até a explanação da “Apropriação Cultural”, que, segundo ele, consiste no uso de elementos típicos de determinada cultura por pessoas pertencentes a um grupo cultural diferente. O professor explicou sobre diferentes símbolos relacionados à música, dança, trajes, cabelos, expressões, arte, culinária e acessórios, e criticou o fato de que, “muitas vezes, personalidades fazem o uso de adereços e simbologias de forma banal, visando à autopromoção, sem, ao menos, conhecerem a história e a importância histórica do que estão utilizando”, lamentou.

Na oportunidade, Vicente citou exemplos e polêmicas envolvendo o tema, e ressaltou que não vê problema na utilização de símbolos e manifestações de culturas variadas, desde que haja o devido respeito e conhecimento de tal simbologia. Para o professor, a apropriação cultural se torna um problema quando os significados desses elementos são desvirtuados de seus contextos históricos e culturais de origem, passando a assumir interpretações distorcidas, que não revelam a essência do grupo étnico a que originalmente pertencem.

Na sequência, a coordenadora municipal do Movimento Negro Unificado – MNU, Élida Abreu, iniciou a sua fala agradecendo o convite e parabenizando a Escola do Legislativo pela iniciativa de abordar temas de relevância social. Inicialmente, Élida exibiu para os jovens parlamentares e público presente um vídeo explicativo sobre a apropriação cultural. Posteriormente, a coordenadora apresentou a história do Movimento Negro Unificado – MNU, que possui sede em quase todo o território nacional e alguns representantes fora do país. A coordenadora mencionou, ainda, que em Patos de Minas o movimento foi criado em 2016.

Élida Abreu também falou e exemplificou dois tipos de racismo: o estrutural, que é um conjunto de práticas, hábitos, situações e falas, que permite, direta ou indiretamente, a segregação ou preconceito racial; e o institucional, que é a demonstração de preconceito por parte de instituições públicas ou privadas, que promovem a exclusão ou o preconceito racial. A coordenadora destacou que, no Brasil, 54% da população são negros, em sua grande maioria com problemas sociais.

O tema intolerância religiosa também foi abordado pela coordenadora, que relembrou a fala do Papa Francisco, ao comparar o assunto como sendo a 3ª guerra mundial. Élida lamentou o fato de que, infelizmente, muitas pessoas ainda morrem todos os dias por causa dessa intolerância. Para ela, “o que está faltando na população é o respeito ao próximo”. Concluindo, a coordenadora afirmou que o racismo e a intolerância precisam ser tratados sempre e aproveitou a oportunidade para doar um livro aos integrantes do Parlamento jovem. A obra, intitulada “Relatório Parcial da Comissão Estadual da Verdade da Escravidão Negra no Brasil OAB/RJ”, foi escrita por Marcelo Dias e Wilson Prudente e conta a história dos escravos no Brasil.

Finalizando a reunião, o presidente do Parlamento Jovem, Lucas Faria Ribeiro, agradeceu aos palestrantes pelos conhecimentos compartilhados. A vereadora Maria Beatriz de Castro A. Savassi – Béia Savassi também os parabenizou pelas palestras, ressaltando que não é a cor da pele que vai mudar o caráter da pessoa. Béia Savassi manifestou, ainda, a sua vontade de ver, num futuro próximo, os jovens parlamentares como vereadores de fato.

A próxima reunião ordinária do Parlamento Jovem acontece no dia 17 de outubro, quinta-feira, às 14 horas, no plenário da Câmara Municipal, localizado na Rua José de Santana, 470 – Centro. Vale lembrar que todas as reuniões do projeto são públicas e abertas à participação da sociedade.

Autor: Assessoria de Comunicação da Câmara Municipal de Patos de Minas.

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