Na mesma reunião ordinária da Câmara Municipal (04/06), compareceu à tribuna livre o secretário municipal de Saúde, Carlos Antônio Silva Rezende, para também falar das condições do setor para enfrentamento da Covid-19.
Carlos Rezende, após os cumprimentos, lembrou que está apenas há duas semanas no cargo, mas tem pesquisado muito e hoje está em contato constante com secretarias e órgãos de saúde de grande parte do país, em função da atual pandemia. Em seguida, passou a explicar à vereadora Maria Beatriz de Castro Alves Savassi – Béia Savassi, e aos demais vereadores, porque a Secretaria Municipal de Saúde não pode aproveitar o oferecimento, ainda que gratuito, de leitos da Fundação Pró-Curar-Se para ajudar no atendimento aos pacientes acometidos pela Covid-19.
Segundo ele, “não é possível instalar um hospital de campanha, um setor para tratamento da Covid-19, onde não se tem uma estrutura hospitalar com rede de oxigênio, suporte de energia, com gerador de energia. O paciente de Covid é muito instável, piora de uma hora para outra. Temos que ter um respirador para estabilizar, inclusive temos informação de que o paciente pode evoluir para outras doenças sérias, inclusive hepáticas. Recomenda-se que toda UTI para pacientes dessa pandemia precisa contar com uma máquina de hemodiálise para atender pacientes de, pelo menos, 60% dos leitos, enfim, é muito complexo. Nós não estamos preparados para isso”.
Respondendo à uma pergunta enviada pela vereadora Edimê Erlinda de Lima Avelar, sobre exames, Rezende ressaltou que “existe um protocolo para tal, especialmente o “teste rápido”, que apenas identifica se a pessoa está ou já esteve com o coronavírus, a partir do sétimo ou oitavo dia, ou seja, se você fizer o teste hoje e você pegou o vírus há dois ou três dias, vai dar o chamado “falso negativo”. Além disso, há um percentual de 37,6% de “falso negativo” mesmo após esse período. Há que se fazer então o Suave PCR, que colhe a secreção, somente após os sintomas. Senão, é jogar dinheiro fora. Há quem faça, mas usa isso como marketing político”.
Carlos Rezende disse que só é favorável à “barreira restritiva”, pois a “barreira educativa” não resolve, e esclareceu que o anexo para receber pacientes de Covid, ou com sintomas respiratórios agudos, instalado na UPA, conta com ótima equipe e vai ajudar muito de agora em diante.
Sobre o hospital de campanha, ele informou que a equipe está tratando dos protocolos de tratamentos, e fluxo. “Já temos preparados 31 leitos clínicos, espaço para 9 leitos de UTI, porém só temos 3 respiradores, que é o mais difícil. Estamos contando com a ajuda do Estado, mas só deveremos receber só respiradores, mas não basta. Numa UTI, precisamos de respirador, monitor, bomba de infusão, desfibrilador (caso de parada cardíaca), rede de oxigênio eficiente. Vamos ter um hospital de campanha de altíssimo nível no prédio cedido pela Fepam/Unipam, que é um convênio de caráter gratuito. A estrutura é extraordinária; e podemos ampliar esse hospital, se conseguirmos respiradores, para mais13 leitos de UTI, podendo chegar a 50 no total. E vamos precisar de mais contrações de profissionais da área específica”, enfatizou.
O titular da Secretaria Municipal de Saúde confirmou que o Município já adquiriu todos os equipamentos, todos incluindo EPI`s e os medicamentos para o funcionamento do hospital de campanha. “Neste momento, estão sendo instalados 10 leitos em Unaí, 10 em João Pinheiro e 10 em São Gotardo. Lembro que vamos atender 33 municípios, e o coronavírus não está indo, está chegando. Tenho informação científica de que Minas, apesar da aparente tranquilidade, está em um eixo em que a contaminação pode dobrar nos próximos dias”, realçou Carlos Rezende.
Quanto à necessidade de uma sanção, o secretário alertou que “lei sem pena, sem sanção, é letra morta. Tem fiscal que já apanhou, por isso, a importância da aprovação do Projeto de Lei Complementar n.º nº 825/2020. Prefiro mil comerciantes me xingando na rua, do que levar na consciência o pecado da omissão, vendo um senhor ou uma senhora perdendo a vida, sem, ao menos, um velório digno”.
Carlos Rezende agradeceu à Casa Legislativa pelo recurso repassado, mencionou o gasto de mais de 4 milhões e meio conforme informou à Comissão de Saúde Pública e Bem-Estar Social – CPBES da Câmara Municipal; e disse que a Secretaria Municipal de Saúde trabalha com otimização de recursos, e que conta com um caixa de R$ 2 milhões e 700 mil. “É pouco, mas vamos continuar trabalhando 24 horas por dia pela nossa população”, finalizou.
Autor: Assessoria de Comunicação da Câmara Municipal de Patos de Minas.